Dia desses eu estava falando pelos cotovelos (como
sempre) num discurso vegetariano. Dizendo que não faço questão de
carne no meu prato todo dia e que se um dia faltar boi passo muito bem com
berinjela. Tá, até aí é verdade. Tirando o fato de que no meio dessa
falácia eu me lembrei do porco. Esse animal mágico.
Todo o argumento foi por água a baixo. Se comer
carne garantisse um lugar no reino dos céus eu com certeza perderia o posto no
quesito porco. Não dá. Eu amo muito, cada parte, cada sabor proporcionado por
ele. Nada pode ser belo do que uma feijoada. Nutro um respeito e uma
admiração tão visceral por esse animal que não consigo comê-lo
impunemente. Porco exige festa, domingo, ritual, sacralização. Uma
refeição suína jamais pode ser banal!
Tendo isso em mente, vamos a uma das minhas
especialidades de porco ao lado da costelinha. O que na verdade é um truque, porque o
porco é tão naturalmente bom, que se você não atrapalhar o trabalho da natureza
é impossível que dê em um prato ruim.
INGREDIENTES (para
6 pessoas)
1 peça de copa lombo de cerca de 1kg e 1/2 (essa é uma
parte do lombo mais molhadinha e por isso mais gordinha e saborosa)
1/2 cabeça de alho
1 cebola grande
1 laranja
2 copos de vinho branco seco
Pimenta de bode (usei 3)
Pimenta-do-reino a gosto
Sal a gosto
400g de flocão de milho
Leite suficiente para hidratar o cuscuz
1 colher de manteiga
Alguns ramos de alecrim
Azeite a gosto
1/2 cabeça de alho
1 cebola grande
1 laranja
2 copos de vinho branco seco
Pimenta de bode (usei 3)
Pimenta-do-reino a gosto
Sal a gosto
400g de flocão de milho
Leite suficiente para hidratar o cuscuz
1 colher de manteiga
Alguns ramos de alecrim
Azeite a gosto
MODO DE PREPARO
Comece fazendo a marinada. Na assadeira coloque um fio de
azeite e forre com a cebola cortada em pétalas grossas (a juliene, no sentido
do comprimento). Coloque a carne na assadeira. Amasse metade do alho c om a
pimenta se espalhe sobre a peça. Descasque a laranja e esprema o suco sobre a
carne. Coloque as cascas nas laterais do copa lombo.
Despeje o vinho e dê mais uma massageada na carne para
que ela seja envolvida por todos os temperos. Cubra com os ramos de
alecrim e salpique pimenta-do-reino. Reserve em geladeira (a
marinada sempre deve ficar em geladeira) por pelo menos uma hora. Quanto mais
tempo, mais o tempero adentra nas fibras. Jamais ponha sal na marinada pois ele
desidrata a carne.
Cubra com alumínio e leve ao forno
médio preaquecido. Depois de uns 30 minutos, espete a carne com um garfo,
se estiver bem macia, retire o alumínio e deixe dourar.
Se estiver dura, resistente ao garfo, deixe mais tempo.
Na minha case geralmente assa em uma hora. Mas isso varia de acordo com a
potência do forno e tamanho da peça. Há quem aconselhe 1 hora por cada quilo de
carne.
Para o cuscuz nordestino hidrate ele com o leite o
suficiente para envolver todo o farelo, se encharcar demais. Depois pegue um
escorredor de massa de metal ou uma peneira de metal, forre com um pano de
preto bem limpo e novinho e despeje os flocos hidratados. Encaixe o escorredor
ou peneira sobre uma panela cheia de água e leve ao fogo essa gambiarra para
cozinhar o cuscuz no vapor. Claro que se você tiver uma cuscuzeira dessa aqui
nada disso é necessário. Use-a e seja feliz. Tempere o cuscuz com manteiga e
sal.
Fonte: sem medida